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Pé-de-Meia do Judiciário: comentários ao artigo de Pedro Fernando Nery - Estadão [Jornal]

O Judiciário reconhece o racismo estrutural no Brasil, mas mantém privilégios orçamentários que beneficiam magistrados e promotores. A contradição é flagrante: enquanto o Supremo fala em igualdade, seu próprio orçamento protege confortos e garantias que não se estendem à maioria da população. O gesto simbólico de reconhecer desigualdades raciais perde sentido se o sistema que julga não se transforma por dentro.

Os números deixam claro que a elite judicial permanece distante da realidade demográfica do país. A sub-representação de negros entre juízes e servidores evidencia que as decisões sobre igualdade racial começam em abstrações, mas raramente impactam a composição real das instituições. Se o racismo estrutural é reconhecido, o Judiciário deveria ser o primeiro a corrigir suas distorções internas, mostrando que a justiça pode ser coerente com seus próprios princípios.

A verdadeira justiça começa em casa. Reduzir privilégios, reavaliar o orçamento e abrir espaço para diversidade é a única forma de traduzir em ação o reconhecimento do racismo estrutural. Sem isso, a retórica permanece vazia e o chamado à equidade continua sendo uma promessa que não se cumpre. O exemplo deveria partir do Judiciário, mostrando que coerência institucional é condição para justiça verdadeira.

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