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O Mágico de Oz, Kierkegaard e a Verdade
Revisitando o Mágico de Oz e Ensaiando "O Salto"
Há aqueles que optam pela verdade apesar de todos os riscos. Não se trata de denunciar o mágico, nem de arrancar a máscara para exibir ao público a engrenagem escondida atrás da cortina. A questão é outra, mais íntima e radical. Trata-se de não poder viver sem saber, de recusar a ilusão como horizonte, ainda que essa recusa isole, ainda que todos ao redor permaneçam satisfeitos com o espetáculo da fumaça e dos raios falsos.
A metáfora do Mágico de Oz ilumina bem esse dilema. O mágico ergue a aparência de poder e maravilha. O povo se contenta com o truque porque o truque sustenta a ordem. Mas há quem precise atravessar o véu, ver a máquina, perceber o homem comum por trás da encenação. A revelação não é um ato público, mas um salto íntimo: eu preciso saber, mesmo que ninguém mais saiba.
Kierkegaard, ao falar do salto de fé, descreveu o movimento de quem abandona a segurança das razões calculadas para lançar-se no incerto da transcendência. Aqui, trata-se do salto da lucidez. Não é a fé que sustenta, mas a coragem de permanecer diante do real, mesmo quando ele se mostra árido, mesmo quando destrói as ilusões que davam conforto. Esse salto exige abandonar a cumplicidade com a mentira coletiva para habitar a solidão da verdade.
O mundo costuma preferir o consolo da ficção, mas há os poucos que não suportam a fraude, ainda que inofensiva, ainda que útil. Para estes, viver na ilusão é um peso maior que a própria dor da realidade. São os que, diante do mágico, não aplaudem os trovões nem se encantam com o fogo. São os que caminham até a cortina e, com gesto firme, veem.
Saulo Carvalho
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