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Bertrand Russell: O Filósofo que Viveu sua Filosofia
Para Russell, a finitude não destrói o sentido da existência. Pelo contrário, intensifica-o. Em outro trecho do mesmo ensaio, ele afirma: “The good life is one inspired by love and guided by knowledge.” A vida boa, para ele, nasce de forças inteiramente humanas. Nada de promessas celestes, nada de salvação externa. O amor e o conhecimento bastam. Essa ética da lucidez dá à felicidade um brilho mais nítido, porque ela não espera recompensa. Ela simplesmente se vive enquanto é possível.
Russell tinha uma visão quase muscular da responsabilidade humana: se não há pós-vida, então tudo o que fazemos importa infinitamente mais. Em The Conquest of Happiness, ele reforça essa ideia ao dizer que a felicidade depende da “the expansive impulses”, os impulsos expansivos que nos projetam para fora de nós mesmos, para o mundo, para as pessoas, para as causas coletivas. Não há esperança metafísica. Há apenas o prazer de existir e o dever de expandir esse prazer para além da própria pele. Aceitar a morte não como catástrofe, mas como limite natural, abre espaço para uma ética mais forte, menos infantilizada, mais comprometida com o agora.
Quando observamos o velho Russell nos jardins de Plas Penrhyn em 1965, já com aquele ar de quem viu o melhor e o pior do século, a coerência se impõe. Ele viveu conforme escreveu. Recusou superstições, combateu guerras, denunciou injustiças e, mesmo assim, preservou uma ternura irônica pelo mundo. Morreu sem rituais religiosos, como desejava, com cinco testemunhas silenciosas e anônimas, e teve suas cinzas espalhadas pelas colinas galesas, dissolvendo-se na paisagem que tantas vezes contemplou. Nada mais congruente com alguém que escreveu: “To understand the actual world as it is, and not as we would wish it to be, is the beginning of wisdom.”
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